Quando pensamos em gestação, a primeira coisa que nos vem à cabeça é uma mulher grávida, claro. Mas como estamos na semana do Dia dos Pais, gostaríamos de mudar o foco e colocar a lente de aumento no pai, como um elemento fundamental da gestação, do puerpério e da família de uma maneira geral.
Desde o início da gestação, o homem também é assolado por muita ansiedade e, muitas vezes, também fica angustiado com questões relacionadas à gravidez, assim como a mulher. O que os difere são as causas da angústia e da ansiedade e a maneira de expressá-los.
Por serem mais reservados, costumam expressar pouco aquilo que estão sentindo e isso dificulta a valorização dos seus sentimentos por parte de amigos e familiares. Com isso, encontram dificuldade em compartilhar e encontrar soluções para aquilo que os preocupa. Além disso, geralmente têm a esposa como fonte de apoio e como companheira para dividir suas questões, mas como nesse período a mulher encontra-se grávida, pode ser que ela não consiga dar o suporte para auxiliá-lo da maneira que necessitam. Ou pior, na maioria das vezes acontece justamente o contrário, a gestante acaba exigindo cada vez mais e mais do homem e esse se sente na obrigação de sempre atendê-la.
Entendemos que a gestação é um período difícil também para o homem, que apesar de não ter seu corpo se transformando, enfrenta uma série de mudanças emocionais que exigem adaptação.
Desde a antiguidade, o homem é responsável por prover e manter a família em segurança. Se pensarmos bem, apesar de passados muitos anos, o homem de hoje em dia continua com as mesmas funções, talvez um pouco adaptadas à modernidade, mas ainda sendo uma preocupação prioritariamente sua. Durante a gestação esse senso de responsabilidade aumenta, pois agora ele tem uma mulher que encontra-se fragilizada e mais vulnerável por conta da gestação e um bebê que está por vir e que muda todo o contexto familiar (mesmo que já houverem outros filhos). Muitas vezes, mesmo que inconscientemente, sente insegurança e medo de não conseguir dar conta do recado.
Além disso, é preciso lembrar que o período gestacional é um momento muito delicado, banhado de ansiedades e angústias de todos os envolvidos. O homem nesse processo sente-se sobrecarregado ao ter que dar suporte a todo esse turbilhão de emoções (incluindo as suas que não encontram espaço para expressão). Fica querendo proteger a mulher e sua família, mas nem sempre sabe como fazer isso, e não saber o que fazer gera ainda mais ansiedade.
Por todas essas razões, é importante que o pai tenha seu espaço dentro do processo gestacional, em que possa expressar o que está sentindo e procurar ajuda quando necessitar. Se ele possuir um canal aberto de comunicação e se sentir à vontade para recorrer a ele sempre que precisar, muitas das dificuldades da gestação poderão ser evitadas, como problemas conjugais, ansiedades e angústias da gestante, e o mais importante, depressão pós-parto feminina e masculina.
Dicas para os papais:
· Busquem alguém com quem possam contar e dividir as dificuldades do período gestacional e do puerpério, é essencial que vocês tenham uma fonte de apoio para conseguirem lidar melhor com as questões advindas desse período tão importante e para que possam auxiliar a sua família da melhor maneira possível.
· Participem o máximo que puderem da rotina do pré-natal, como consultas com médicos, psicólogos, fisioterapeutas, etc, e exames. Isso auxilia no esclarecimento de uma série de dúvidas sobre a mulher e o bebê que podem ser geradoras de angústia e ansiedade.
· Participem também da rotina do seu bebê! Converse muito com ele enquanto ele ainda está na barriga, cante, conte histórias, interaja o máximo que puder. Esse período é único e todas essas ações auxiliarão na formação de vínculo entre pai-filho, além de auxiliar numa maior união do casal.
Tem alguma dúvida? Gostaria de nos contar sua história? Escreva para nós!
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