Para que as mães e os pais
entendam essa questão e possíveis soluções, irei relatar três fases do
desenvolvimento emocional do bebê e as necessidades deste em cada fase, quando
compreendemos essas necessidades podemos fazer escolhas mais positivas para os
filhos.
Durante os primeiros cinco meses
do bebê, ele encontra-se totalmente dependente dos cuidados maternos, sem claro
ter consciência disto, o bebê nesta fase tira proveito dos cuidados que recebe
da mãe, ou sofre perturbações por suas necessidades não serem atingidas. O bebê não consegue diferenciar o que é bem
ou mal feito pela mãe, ele só consegue perceber se suas necessidades foram
preenchidas ou não, quando eu falo de necessidades preenchidas, estou falando
de amamentação, sonecas sem interrupção, e o aconchego por assim dizer. Nesse período,
é fundamental que o bebê tenha uma pessoa fixa cuidando dele, pode ser pai, mãe,
avó, empregada, mas é importante que o cuidador principal seja sempre a mesma
pessoa. Por quê?
Porque, pelo menos nesse período o bebê não consegue
estabelecer vínculo de afetividade (carinho, amor) com mais de uma pessoa. Logo, nesse período não é apropriado que se
deixe o bebê dormir longe da pessoa/cuidadora que está com ele todos os dias.
Após esse período inicia-se uma
fase que vai até o final do primeiro ano, em que o bebê começa a ter
consciência da dependência e dos cuidados maternos que a mãe faz, nesse período
o bebê também começa aos poucos se diferenciar da mãe, diferente da fase
anterior, neste momento o bebê precisa manifestar o que necessita antes da mãe
ir satisfazer sua necessidade, começa a existir uma dependência relativa. Na
fase anterior, até os cinco meses isso não acontece, porque o bebê não consegue
se diferenciar da mãe e porque ele está num grau de dependência absoluta, em
que precisa que a mãe supra as suas necessidades de maneira até meio que
mágica. Nessa fase, é importante que a mãe e o pai estejam presentes e por um
tempo maior sempre que puderem, pois o bebê precisará da identificação mais
afetiva com seus pais.
A partir do segundo ano, a
criança evolui gradativamente para independência, ou seja, ela começa a
desenvolver meios emocionais para suprir os cuidados maternos quando estes não
estão presentes, e isso só acontece porque essa criança pode confiar no
ambiente em que está inserida, acumulando assim, memórias dos cuidados
maternos. Nesta fase é mais tranquilo para criança dormir longe da mãe, sem que
fique angustiada ou tenha sintomas psicossomáticos depois.
É até por isso, que algumas
escolas possibilitam a atividade de pernoite a partir do maternal ou/e
pré-escola, por nesse período de desenvolvimento a criança ampliar a
socialização e poder ficar um período longe da sua referência de cuidado
principal.
É importante lembrar que as
crianças recuam na sua idade emocional, ou seja, uma criança de idade cronológica
de três anos pode estar em um determinado momento com idade emocional de sete
meses, e assim por diante. É importante lembrar disso para ajudar a criança a
passar por cada fase sem que exista muitos traumas.
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