sexta-feira, 27 de julho de 2012

Medo de engravidar pode desencadear gravidez psicológica


Olá Leitores, compartilho com vocês uma entrevista concedida por mim ao site Dicas De Mulher.

Os sintomas são de uma gravidez e incluem enjoos, atrasos na menstruação, mudanças no corpo, aumento do abdômen e dor nos seios, mas o teste simplesmente dá negativo. Neste caso, é possível que a mulher esteja passando por uma gravidez psicológica. A psicóloga, especialista em psicologia obstétrica, Elisangela Batista Secco, explica que o diagnóstico da pseudociese, nome cientifico do distúrbio, é realizado através de exames de concentração hormonal HCG e, em alguns casos, com ultrassonografia para complementar a análise.


As causas para a gravidez psicológica podem ser muitas, pois tudo depende do histórico de cada mulher. “Os conflitos são inconscientes e podem estar relacionados tanto com o desejo intenso de engravidar, quanto com o medo da gestação. Situações de perdas e confusões relacionados à feminilidade e ao papel social que a mulher exerce, muitas vezes também contribuem para o surgimento do distúrbio”, explica.
Depois de diagnosticada com pseudociese, a mulher precisa passar por um tratamento psicoterápico e, muitas vezes, médico, com administração de remédios que têm o objetivo de eliminar os sinais de uma gestação. “Esse processo é importante porque todos os sintomas são parecidos com o de uma gravidez real e não são provocados conscientemente pela mulher”, alerta a especialista.
Apoio da família
É preciso ter cuidado e trato ao lidar com uma mulher que passou por uma gravidez psicológica, por isso a especialista explica que muitas vezes o tratamento psicoterápico se estende ao marido e a família da paciente. “As mulheres e familiares em geral ficam muito tristes, pois a possibilidade de estar grávida gera uma série de expectativas em relação a espera do bebê, e muitas vezes todo esse sofrimento e frustração pode dar vasão a quadros depressivos”, alerta.
Para ajudar, a família da mulher precisa apoia-la para que ela não se sinta sozinha. Além disso, é importante que as pessoas ao redor, como amigos e parentes, não a pressionem tentando convence-la da não gravidez. “Mesmo após o diagnóstico de que não há um bebê no útero da mulher, ela não pode controlar os sintomas. É absolutamente involuntário”, explica.
A médica alerta ainda que as chances de reincidência do distúrbio são poucas, mas elas existem. “Na maioria dos casos o tratamento medicamentoso associado à terapia e ao apoio familiar, permite um prognóstico favorável. Mas em casos mais graves, quando o quadro de pseudociese está associado com outros fatores, como psicose, há chances maiores de ocorrer reincidência”, finaliza a psicóloga.

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