domingo, 29 de maio de 2011

Atualidades- Mamaço coletivo no Itaú Cultural ganha o apoio da direção do local

Com cerca de 50 mães, a manifestação, que aconteceu nesta quinta (12), defendeu o aleitamento materno e a possibilidade de as mulheres poderem amamentar em qualquer lugar
Nesta quinta-feira (12/05), um evento diferente fez parte da programação do Itaú Cultural (SP). Um mamaço coletivo aconteceu no local como forma de manifestação depois que a antropóloga Marina Barão foi impedida de amamentar seu filho no local. Sua história chegou, primeiramente ao Facebook e, por meio dessa rede social e de outras, as mães puderam se organizar, mesmo depois de um pedido público de desculpas de Eduardo Saron, diretor do centro. 
Marcado para 15h, o mamaço contou com a participação de cerca de 50 mulheres e seus bebês. Dessa vez, tudo estava organizado para recebê-los. Com dois espaços disponíveis para elas - o próprio local de exposição, onde Marina foi impedida de amamentar, e o auditório -, as mães puderam, ainda, assistir a um documentário sobre aleitamento materno e ouvir uma contação de história. No final, um momento debate-papo com direito a lanches e sucos. 
Até mulheres que nunca passaram por uma experiência como a de Marina estavam no centro cultural. Carla Raiter, professora e mãe de um menino de 2 meses, afirmou que já viu pessoas olhando constrangidas para ela. “Também ouvi dizer que era melhor se eu colocasse um paninho no colo enquanto amamentava o Gael”, contou. Mesmo com um bebê de menos de 1 mês, Camila Campelo fez questão de comparecer. “É uma causa em que acredito e que merece ser investida, por mais que eu ainda não tenha vivenciado uma situação ruim”, explicou ela. 
Para Marina, o ato valeu a pena. “Daqui para frente, espero que erros de orientação não aconteçam mais”, afirmou. O Itaú deixou claro que a funcionária que abordou a antropóloga não havia sido bem orientada – é proibido comer no espaço de exposições, mas há, claro, uma exceção para a amamentação. Saron, no fim, até brincou com a situação. “Sou pai há 8 meses. Quando minha mulher soube o que tinha acontecido aqui, quis me bater”, contou. 
Segundo Ana Cristina Duarte, doula e a primeira a levar a história para o Facebook, o encontro foi fundamental para que outros espaços tenham a consciência de que não podem impedir uma mãe de amamentar o seu filho. “Demos o nosso recado. Quando o assunto é amamentação, nada passa batido. As mães se mobilizam mesmo”, disse. Um final feliz a favor de um gesto que só traz benefícios - para a mãe e o bebê.
Fonte: revistacrescer.globo.com
A amamentação é o primeiro evento social da vida de um ser humano, é uma das formas de interação entre mãe e bebê e é quando o vínculo entre ambos se estrutura e se fortalece ainda mais. Por conta disso, a amamentação deixa de ser apenas uma forma de alimentar e nutrir o bebê e passa a ter uma função importante na relação que irá se formar com a mãe.
Quando mãe e bebê estão saudáveis seja física e psicologicamente, não há a necessidade de técnicas, quantidades e horários para as mamadas, esses cuidados podem ser realizados de acordo com a necessidade do bebê e de sua mãe. Essas necessidades vão sendo percebidas e aprendidas de acordo com a convivência e o reconhecimento um do outro, não sendo, portanto, algo que já se nasce sabendo. Como dito anteriormente, a amamentação está muito ligada à relação que é estabelecida entre mãe e bebê do que com técnicas e padrões impostos.

Por conta disso, acreditamos que o direito á amamentação deve ser preservado, pois visa um desenvolvimento saudável do bebê e do estabelecimento de um vínculo forte com a mãe. Nesse sentido, a postura de Marina é de extrema importância, porque sua atitude fala da possibilidade de permitir que seu bebê decida o momento de sua necessidade, ou seja, que a mamada ocorra na hora que ele quer e que cesse quando ele se sentir satisfeito, além de mostrar uma sensibilidade da mãe perceber os sinais transmitidos pelo seu bebê.  
Conforme esses sinais vão sendo dados e a mãe vai captando-os e se adaptando a eles, juntos conseguem entrar em harmonia e estabelecem um padrão que é deles e não está escrito em livro nenhum. Mas se ao invés disso, a técnica é colocada antes dessa adaptação mãe-bebê, ambos ficam presos a isso e não conseguem entrar num ritmo próprio, podendo gerar angústia tanto para a mãe, quanto para o bebê.
Uma das mais importantes tarefas maternas é a amamentação. Por isso, se a mãe puder fazer do seu jeito esta tarefa, ela estará fazendo o melhor para o seu filho, para ela enquanto mãe, para a relação de ambos e para a sociedade em que está inserida. 

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